Agô-iê, Agô-iê, Agô, Mutumbá, Mutumbá,
Pai maior Oni-babá!
Trazidos por navios negreiros,
Do solo africano para o torrão brasileiro.
Os negros escravos, que, entre gemidos e lamentos de dor,
Traziam em seus corações sofridos seus Orixás de fé,
Hoje tão venerados no Brasil
Nos rituais de Umbanda e Candomblé!
Neste terreiro em festa, entre mil adobás,
Prestamos nosso tributo aos Orixás:
Ao rei das matas: Okê bamboclim!
Ao vencedor das demandas: Guarumifá!
À cacarucaia dos Orixás: Saluba!
À grande guerreira da lei: Eparrei!
Nos rios e nas cachoeiras: Alodê!
Ao dono da pedreira: Caô, Caô!
À rainha do mar: Adofiaba mamãe!
E ao curandeiro das pestes: Atotô!
Agô-iê, Agô-iê, Agô, Mutumbá, Mutumbá,
Pai maior oni-babá!
(Clara Nunes — Autores: Mauro Duarte/Rubem Tavares)
Disco: "Clara Clarice Clara" — 1972 — Odeon — MOFB 3709.
Foto: internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário