terça-feira, 5 de março de 2013

Lavoisier


Antoine Laurent de Lavoisier nasceu em Paris no dia 26 de agosto de 1743. Pertencia à nobreza desde a compra de um título pelo seu pai. Órfão logo cedo, preparou-se para estudar direito, mas ao chegar à faculdade optou pelo estudo das ciências. 

Em 1768 tornou-se sócio de uma empresa particular, chamada “Ferme Générale” (ou Fazenda Fiscal), responsável pela arrecadação dos impostos fiscais do governo francês, tornando-se fermier générale (fazendeiro geral). Esse cargo lhe trouxe muitos inimigos, principalmente quando sugeriu incluir o clero e os nobres na lista dos contribuintes. Porém, seu cargo lhe proporcionava uma boa vida, pois possuía uma casa luxuosa e gastava seu dinheiro em mordomias e em pesquisas científicas. 

Para garantir boa arrecadação de impostos viajava por todo o país, para fiscalizar principalmente a colheita do tabaco, principal produto da arrecadação. Dos impostos que a empresa recolhia, repassava uma cota fixa para o governo francês; se não atingia a cota, a empresa complementava do seu patrimônio, e se houvesse saldo positivo, ficava também para a empresa. 

Lavoisier iniciou suas pesquisas científicas orientado pelo mineralogista Jean Etiene Guetard, que o estimulou a analisar as águas minerais. Depois, fez cursos com Rouelle, no Jardim du Roy (Jardim do Rei), que tinha a mais antiga cátedra de ensino da química na França. Porém, foi sozinho que preparou os primeiros estudos apresentados à Academia de Artes e Ciências de Paris, sobre assuntos de química, que lhe elegeram como químico adjunto, no ano 1768. 

A partir de 1774 começou a fazer experiências para analisar o processo de combustão (queima). Ele aqueceu várias substâncias diferentes no ar, pesando-as antes e depois do aquecimento, e reparou que ao invés de perderem peso, as substâncias ficavam mais pesadas. Por causa disso, deduziu que elas absorviam algum gás do ar e que esse gás era o mesmo identificado por Priestley. Batizou-o então de oxigênio. 

Ele ainda demonstrou que todas as espécies de combustão, inclusive a respiração das plantas e dos animais, envolvem a adição de oxigênio, o que ajudou a derrubar várias teorias da alquimia. Entre os anos 1775 e 1777 estudou os ácidos, quando demonstrou que a transformação dos metais em seus óxidos básicos e os dos não-metais em seus ácidos, ocorre através da combinação do corpo queimado com o oxigênio, contrariando o pensamento da época, que os metais perdiam flogisto para se converter em derivados de metais. 

Lavoisier descobriu que o diamante é constituído de carbono, produziu pólvora com um método mais simples que o usado até então, construiu três balanças de alta precisão, que usava para determinar a massa das substâncias usadas em experimentos; determinou a quantidade de oxigênio retirado do ar na formação do óxido de mercúrio, apresentou um projeto para iluminação pública da capital e um atlas geográfico da França. 

Com o início da Revolução Francesa, Lavoisier mandou construir um muro cercando Paris para combater a sonegação de impostos, com a crescente entrada de mercadorias na cidade. A construção desse muro gerou um prejuízo de milhões aos cofres públicos parisienses por causa da corrupção e em portões com ornamentos requintados, e não agradou à população, que foi acometida por epidemias e o ar fétido. Em 12 de julho de 1789 o muro foi derrubado pelo povo e dois dias depois se deu a queda da Bastilha. 

A partir de 1793 as Academias Científicas e sociedades culturais que serviam à monarquia e se serviam dela começaram a cair. Lavoisier e integrantes da “Ferme Générale” foram presos e obrigados a prestar contas da empresa. No ano seguinte assistiu, conformado, ao seu veredicto de morte, mas pediu um prazo de uma ou duas semanas para terminar uma experiência, que lhe foi negado. Julgado e condenado por peculato e traição, Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794. Hoje ele é considerado o pai da química.

Bibliografia: 
CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. 4ª ed., págs. 120 a 126. São Paulo, Moderna, 1994. 
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª ed. Vol. VII. Porto Alegre, Globo, 1974. 
CRUZ, Daniel. Ciências e Educação Ambiental. 20ª ed., pág. 113. São Paulo, Ática, 1995.  

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá  PB - Foto: internet)

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