Igual aos deuses me parece o homem
Que pode contemplar-te frente a frente
E ouvir de perto a tua doce voz deliciosa,
E o riso teu ouvir, cheio de encanto,
Que no meu peito move o coração;
Falta-me a voz se apenas te contemplo,
Só por te ver.
Foge-me a fala e logo sob a pele
Queima-me as carnes um fogo incessante.
Já nada veem os meus olhos;
Surdos tenho os ouvidos.
Corre o suor pelo meu corpo todo,
Sinto tremores, nada me alivia;
Fico mais verde que a viçosa relva:
Penso que morro.
(Poesia: safo - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)
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