Luís Alves de Lima e Silva nasceu no Arraial do Porto da Estrela, Rio de Janeiro, no dia 25 de agosto de 1803, vindo de uma família que em três gerações forneceu ao Brasil onze militares. Seu pai era o tenente Francisco de Lima e Silva.
Aos 5 anos de idade teve permissão do rei dom João VI para assentar praça no 1º Regimento de Infantaria de Linha, sob o comando do seu avô, o brigadeiro José Joaquim de Lima e Silva, recebendo a patente de 1º cadete. Jurou bandeira aos 14 anos e no ano seguinte matriculou-se no 1º ano de matemática da Academia Real Militar. Em 1818 recebeu o posto de alferes e em 1821 já era tenente incorporado ao 1º Batalhão de Fuzileiros, unidade de elite do Exército Real.
Iniciou sua vida em combates no ano 1824, quando sua unidade foi enviada à Bahia para combater as tropas portuguesas de Madeira de Melo. Foi nessa luta promovido a capitão pelos seus esforços militares, além de receber sua primeira condecoração: a de Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro.
Em 1825 seu Batalhão atuou na guerra Cisplatina, numa luta contra tropas argentinas e paraguaias que durou 3 anos. Por sua bravura recebeu a medalha da Independência e, pouco depois do fim da guerra, em 1828, foi promovido a major. Em 1831 atuou bravamente para a manutenção da ordem pública no dia da abdicação de dom Pedro I.
Com a abdicação de dom Pedro I, o governo regencial dissolveu o Batalhão do Imperador, sendo o major Lima e Silva transferido para o corpo de guardas municipais permanentes da corte, quando assumiu o comando 4 meses depois. Nesse tempo combateu de forma decisiva arruaças que invadiam as ruas do Rio de Janeiro.
Em 6 de agosto de 1833 casou-se com dona Luíza Carneiro Viana. Em 1835 foi promovido a tenente-coronel, ano do início da guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul, quando obteve alguns contatos numa viagem que fez à região acompanhando o Ministro da Guerra. Em fevereiro de 1840 foi para o Maranhão para combater a Balaiada, contra rebeldes maranhenses, revolta que teve seu início em 1838, numa região chamada Caxias. Vitorioso, voltou ao Rio de Janeiro, onde foi homenageado pelo governo e pelo povo, promovido a brigadeiro e ainda recebeu o título de Barão de Caxias.
Em setembro de 1842 viajou para o Rio Grande do Sul, onde recebeu a presidência e o comando-das-armas da província. Assumiu suas funções no início de 1843, quando se dedicou às operações militares contra a Revolução Farroupilha, vencendo os Farrapos em sucessivas batalhas, até conseguir sua rendição, em março de 1845, depois de dez anos de guerra civil, a mais longa da história do Brasil.
Em 1851 comandou 20.000 homens na campanha contra Oribe, e em seguida, contra Rosas, no Uruguai, vencendo com bravura. Na volta ao Rio de Janeiro, em março de 1852, foi promovido a tenente-general, e em dezembro, a marquês. Em tempos de paz, Caxias dedicou-se às atividades administrativas. Foi nomeado pelo Imperador membro do Conselho de Estado, importante órgão do Império. Por 3 vezes foi presidente do Conselho de Ministros: 1856-1857; 1861-1862; 1875-1878, acumulando também nessas ocasiões o Ministério da Guerra.
Em 1864, quando eclodiu a Guerra do Paraguai, Caxias estava fora do comando, mas após a derrota brasileira na batalha de Curupaiti ele foi nomeado para a chefia do Exército brasileiro, com a patente de marechal-de-exército, em outubro de 1866. A partir daí ele impôs novas estratégias à guerra, saindo-se vitorioso em diversas batalhas, sendo a mais famosa intitulada “a dezembrada”. Chegou à capital Assunção no dia 5 de janeiro de 1869, porém sentindo-se cansado e doente, pediu afastamento do comando, pois sabia que a vitória sobre o Paraguai estava garantida. Foi substituído pelo Conde D’Eu, genro de dom Pedro II e esposo da Princesa Isabel.
Voltou ao Brasil como herói e recebeu a coroa de duque. Foi morar em sua fazenda Santa Mônica, em Valença, no Rio de Janeiro. Caxias faleceu no dia 7 de maio de 1880, aos 77 anos de idade. Seus restos mortais descansam no Panteão erguido no Rio em sua homenagem, na praça fronteira à antiga sede do Ministério da Guerra.
Em 1923 o Exército declarou sua data de aniversário como o dia Soldado. Pelo decreto do governo federal nº. 51.429 de 13 de março de 1962, Caxias foi aclamado Patrono do Exército brasileiro.
Frase de duque de Caxias na hora da morte:
“A morte é o descanso de um guerreiro”.
Bibliografia:
DICIONÁRIO Universal de Curiosidades. Vol. 3, págs. 650-651. São Paulo, Ecil, 1968.
ROSA, Prof. Ubiratan. Moderna Enciclopédia Brasileira. Vol. I, págs. 152 a 154. São Paulo, G.Lopes Ltda., 1979.
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. Vol. III. Porto Alegre, Globo, 1974.
ENCICLOPÉDIA de Educação Moral, Cívica e Política. Vol. IV, págs. 482 a 484. São Paulo, Michalany, 1971.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)
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