A Vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.
A Vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.
A Vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A Vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me.
A Vós, lado patente, quero unir-me,
A Vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.
(Poesia: Gregório de Matos - foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)
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