segunda-feira, 26 de julho de 2021

Visão geral: letra — Música de Clara Nunes


Ah!... Esse grito raro 

É feito o Sol, tão claro,

É um farol guiado,

É um mito afugentado,

É uma voz potente,

O amor intransigente!


Diga no meu ouvido

O tempo escondido 

Que há tanto consente,

Um canto esquecido,

E digo, de bom grado,

O som tão esperado:

É o amor do amigo,

O amor desesperado.


Se chegado, vale a pena

A mão que hoje acena 

Ficará comigo a luz do amor, serena.

Se a vida reta empena,

Leva a nossa meta:

Acima, o poeta;

Abaixo, o profeta.


A rosa, a prosa, a bela

Vem na primavera,

E o jornal da tela noticia a guerra.

E uma cor que morre 

É uma dor que corre,

Um farol que se apaga;

É um grito que se cala. (Bis)


A noite vira dia no claro da luta;

Veja se me escuta,

Olha sua rua,

Que a verdade nua e crua

Um dia vai chegar,

E essa noite será noite em qualquer luar,

E esse mundo será mundo em qualquer lugar. 


(Clara Nunes — Autores: César Costa Filho/Ronaldo Monteiro/Ruy Maurity)

Disco: "Clara Clarice Clara" — 1972

Odeon — MOFB 3709.

Foto: Internet.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Viola de Penedo: letra — Música de Clara Nunes


Lingo, lingo, lingo, lingo,

A viola de Penedo toca ponteado;

Bongo, bongo, bongo, bongo,

É zabumba a noite toda no coco rodado.


Zeca Tomé, de Porto Calvo, num coco em Jaboatão,

Fez todo mundo dar risada:

Na primeira umbigada que levou,

Sentou no chão.


Coco que tem mulé bonita,

A noite passa, e ninguém sente:

Entrou na roda, fica preso;

Tudo que é home aceso dando umbigada na gente.


A fazer coisa que eu num gosto,

Prefiro ir presa e passar fome;

Morro dizendo que num quero,

Num aceito,  num tolero 

Dança de home com home.


Cabra inxirido eu dou cachaça 

E finjo que bebo com ele;

Se ele fica bebo e dorme,

Num tem talvez nem conforme,

Vou rodar com a mulé dele.


(Clara Nunes — Autor: Luiz Bandeira)

Disco: "Brasil mestiço" — 1980 — EMI-ODEON — 062 421207.

Foto: Internet .

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Vermelho e branco: letra — Música de Clara Nunes


Deixo a saudade crescer, 

Viola em punho,

E com papel de rascunho

Pra escrever. 


Vem caindo a tarde lentamente,

Finalmente vem a inspiração;

Nasce o Luar entre as cores do poente

E, de repente,  eu descubro, com prazer,

Que o vermelho e branco,

Cores do Salgueiro, 

No céu surgem primeiro 

Ao anoitecer.


Paulo da Viola, não me queira mal;

Não há, nem pode haver escola igual! (Oh, não).


(Clara Nunes — Autores: César Costa Filho/Aldir Blanc)

Disco: " Clara Nunes" — 1971 — Odeon — MOFB 3667

Foto: Internet.