terça-feira, 30 de julho de 2013

Prata

Símbolo: Ag
Massa atômica: 107,8682
Número atômico: 47
Ponto de fusão: 1234,93 K (961,78 ºC)
Ponto de ebulição: 2435 K (2162 ºC)
Densidade: 10,5 g/cm³
Ano da descoberta: Antes de Cristo
Autor da descoberta:         –
Origem do nome: Latina: Argentum
Significado:  –
Utilidades: Espelho, bateria, joias, talheres, vidro, etc.

Características:
A prata é um metal maleável, dúctil e de fácil manipulação química e mecânica. Boa condutora de eletricidade e calor, em seu estado natural é branca brilhante e não oxida em contato com o ar. Ocorre em forma compacta como pepitas, grãos ou em agregados fibrosos dendríticos (em forma de árvore). O maior produtor mundial da prata possivelmente seja o México.  

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

terça-feira, 23 de julho de 2013

Delírio (Guimarães Rosa)


No parque morno um perfumista oculto
Ordenha heliotrópios…
Deixa aberta a janela…

Minhas mãos sabem de cor o teu corpo,
E a alcova é morna…
Apaguemos a luz…

Não sentes na tua boca
Um gosto de papoulas?…


Passa o lenço de seda de tuas mãos
Sobre minha fronte,
E não me digas nada:
A febre está, baixinho, ao meu ouvido,
Falando de ti….

(Poesia: João Guimarães Rosa - Foto: internet)

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Evolução (Antero de Quental)

Fui rocha um tempo, e fui no mundo antigo
Tronco ou ramo na incógnita floresta…
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo…

Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
Ou, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paul, glauco pascigo…

Hoje sou homem – e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, na imensidade…

Interrogo o infinito e às vezes choro…
Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.

(Poesia: Antero de Quental - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB) 

domingo, 21 de julho de 2013

Batalha Naval do Riachuelo

A Batalha do Riachuelo foi uma das principais batalhas da Guerra do Paraguai, guerra que envolveu o Paraguai, de um lado, e Brasil, Argentina e Uruguai, de outro, iniciada no ano 1864 e findada em 1870.  A Batalha do Riachuelo se deu em 11 de junho de 1865, às margens do arroio Riachuelo, um afluente do rio Paraguai, na Província de Corrientes, na Argentina. 



Números da Batalha Naval do Riachuelo:
Combatentes:
Paraguai: Marinha de Guerra Paraguaia e Exército Paraguaio.
Império do Brasil: Armada Imperial Brasileira e Corpo de Fuzileiros. 

Comandantes:
Paraguai: Comodoro Mezza, Tenente Robles e Coronel Bruguez.
Império do Brasil: Almirante Francisco Barroso da Silva e Capitão Secundino. 

Forças Navais:
Paraguai: 1.472 combatentes, 7 navios (38 canhões), 6 chatas.
Império do Brasil: 2.287 combatentes (1.113 da Marinha e 1.174 do Exército), 9 navios (59 canhões), 1 fragata, 3 corvetas e 5 canhoeiras. 

Forças terrestres:
Paraguai: 1.200 soldados, 22 canhões e 2 Baterias Congreve.
Império do Brasil: -

Baixas:
Paraguai: 351 mortos, 567 feridos, 4 navios e 6 chatas afundados.
Império do Brasil: 104 mortos, 142 feridos, 20 desaparecidos, 1 navio afundado e 2 navios encalhados.     
Características dos navios usados na Batalha:
Paraguai:
1 - Corveta Tacuarí (Capitânia) - casco de aço, pesando 730 toneladas, 130 cavalos de potência, sob o comando de Comodoro Pedro Ignacio Mezza.
2 - Corveta Paraguarí - casco de aço, pesando 627 toneladas, 120 cavalos de potência, sob o comando do Primeiro-Tenente de Marinha José M. Alonso. Afundou em combate.
3 - Vapor Ygureí - casco de madeira, pesando 300 toneladas, 70 cavalos de potência, sob o comando do capitão de Corveta Remigio Cabral.
4 - Vapor Marquês de Olinda - casco de madeira, pesando 300 toneladas, 80 cavalos de potência, sob o comando do Tenente de Navio Ezequiel Robles. Neutralizado e abordado em combate e depois destruído. 
5 - Vapor Salto Oriental - casco de madeira, pesando 255 toneladas, 70 cavalos de potência, sob o comando do Alferes de Marinha Vicente Alcaraz. Afundou em combate.
6 - Vapor Yporá - casco de madeira, pesando 255 toneladas, 80 cavalos de potência, sob o comando do Capitão de Fragata Domingo Antonio Ortíz.
7 - Vapor Jejuy - casco de madeira, pesando 120 toneladas, 60 cavalos de potência, sob o comando do Tenente de Marinha Aniceto López. Afundou em combate.
8 - Vapor Pirabebé - casco de ferro, pesando 150 toneladas, 60 cavalos de potência, sob o comando do Tenente de Marinha Toríbio Pereira. Os canhões ficaram indisponíveis.
9 - Vapor Rangel - casco de madeira, pesando 90 toneladas, 50 cavalos de potência, sob o comando do Primeiro-Tenente Pedro Victorino Gill. Foi rebocado para ser utilizado como navio de transporte.

Império do Brasil:
2ª Divisão Naval: sob o comando do Almirante Francisco Barroso da Silva 
1 - Fragata Amazônia (Capitânia) - casco de aço couraçado, pesando 1050 toneladas, 300 cavalos de potência, sob o comando do Capitão de Fragata Teotônio Raimundo de Brito.
2 - Corveta Parnaíba - casco de madeira couraçado, pesando 637 toneladas, 120 cavalos de potência, sob o comando do Capitão-Tenente Aurélio Garcindo Fernandes de Sá.  
3 - Canhoeira Mearim - de madeira couraçado, pesando 415 toneladas, 100 cavalos de potência, sob o comando do Primeiro-Tenente de Marinha Elisiário José Barbosa. Alarmou a Armada Imperial.
4 - Canhoeira Araguari - casco de madeira couraçado, pesando 400 toneladas, 80 cavalos de potência, sob o comando do Primeiro-Tenente de Marinha Antônio Luís von Hoonholtz. 
5 - Canhoeira Iguatemi - casco de madeira, pesando 400 toneladas, 80 cavalos de potência, sob o comando do Primeiro-tenente de Marinha Justino José de Macedo. 

3ª Divisão Naval: sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra José Secundino de Gomensoro.
6 - Corveta Jequitinhonha - casco de madeira, pesando 637 toneladas, 130 cavalos de potência, sob o comando do Capitão-Tenente Joaquim José Pinto. Encalhada em combate e destruída no dia seguinte.
7 - Corveta Belmonte - casco de aço couraçado, pesando 602 toneladas, 120 cavalos de potência, sob o comando do Primeiro-Tenente de Marinha Joaquim Francisco de Abreu. Encalhada e seriamente avariada.
8 - Canhoeira Beberibe - casco de madeira, pesando 560 toneladas, 120 cavalos de potência, sob o comando do Capitão-Tenente Joaquim Bonifácio de Santana. 
9 - Canhoeira Ipiranga- casco de madeira, pesando 325 toneladas, 70 cavalos de potência, sob o comando do Primeiro-Tenente de Marinha Álvaro Augusto de Carvalho. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto e pesquisa: internet) 

sábado, 20 de julho de 2013

Aberto a todas as formas (Ibn Arabi - 1165 - 1240)

Meu coração está aberto a todas as formas:
É uma pastagem para as gazelas
E um claustro para os monges cristãos;
Um templo para os ídolos,
A Caaba do peregrino,
As Tábuas da Torá,
E o livro do Corão.

Professo a religião do Amor,
E qualquer direção que avancem seus camelos;
A religião do Amor
Será minha religião e minha fé.

(Poesia: Ib'n Arabi - 1165 - 1240)  - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB.  

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Praseodímio

Símbolo: Pr
Massa atômica: 140,90765
Número atômico: 59
Ponto de fusão: 1204 K (935 ºC)
Ponto de ebulição: 3793 K (3290 ºC)
Ano da descoberta: 1885
Autor da descoberta: Welsbach
Origem do nome: Grega: Prásios – Dydimos
Significado: Verde – gêmeo
Utilidades: Ímã permanente, arco de carbono, vidraria, etc.

Características:
O praseodímio é um elemento metálico branco-prateado, mole, maleável e dúctil. Forma um óxido verde em contato com o ar; deve ser conservado em óleo ou outro meio isento de oxigênio.  É encontrado em minerais terras raras como a monazita e a bastnasita e seus maiores produtores são os Estados Unidos da América, Brasil, Austrália, África do Sul e Índia.

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Retrato do poeta quando jovem (José Saramago)

Há na memória um rio onde navegam
Os barcos da infância, em arcadas
De ramos inquietos que despregam
Sobre as águas as folhas recurvadas.

Há um bater de remos compassado
No silêncio da lisa madrugada,
Ondas brancas se afastam para o lado
Com o rumor da seda amarrotada.

Há um nascer do Sol no sítio exacto,
À hora que mais conta duma vida,
Um acordar dos olhos e do tacto,
Um ansiar de sede inextinguida.

Há um retrato de água e de quebranto
Que do fundo rompeu desta memória,
E tudo quanto é rio abre no canto
Que conta do retrato a velha história.

(In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição)
(Poesia: José Saramago - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

Potássio

Símbolo: K
Massa atômica: 39,0983
Número atômico: 19
Ponto de fusão: 336,53 K (63,65 ºC)
Ponto de ebulição: 1032 K (774 ºC)
Densidade: 0,86 g/cm³
Ano da descoberta: 1807
Autor da descoberta: Sir Humphry Davy
Origem do nome: Latina: Kalium
Significado: Potassa, forma impura de carbonato de potássio, conhecida pelos antigos.
Utilidades: Adubo químico, vidro, fósforo, pólvora, etc.

Características: 
O potássio é o segundo metal mais leve, com raio atômico maior do que o do hélio; é maleável, que pode ser cortado facilmente com uma faca, e tem coloração branca prateada. Oxida-se rapidamente com o ar,  é muito reativo, principalmente com a água. Essencial ao homem, pode ser encontrado em muitas hortaliças e é essencial também para o crescimento das plantas. Participa de 2,4 da composição da crosta terrestre. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Polônio

Símbolo: Po
Massa atômica: 208,9824
Número atômico: 84
Ponto de fusão: 527 K (254 ºC)
Ponto de ebulição: 1235 K (962 ºC)
Ano da descoberta: 1898
Autores da descoberta: Pierre Curie e Marie Curie
Origem do nome: Homenagem à Polônia
Significado:         –
Utilidades: Elemento radioativo. Bateria nuclear, fonte de nêutrons, etc.

Características:
O polônio é um elemento químico radioativo, dissolve-se facilmente em ácidos diluídos e é levemente solúvel em álcalis. À temperatura ambiente encontra-se em estado sólido; quando misturado ou em liga com o berílio pode ser empregado como fonte de nêutrons. É usado no tabaco com arsênio e naftalina, que é uma das principais causas de câncer entre os fumantes.    

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

Plutônio

Símbolo: Pu
Massa atômica: 244,0642
Número atômico: 94
Ponto de fusão: 912 K (638,8 ºC)
Ponto de ebulição: 3505 K (3.232 ºC)
Ano da descoberta: 1940
Autores da descoberta: Glenn T. Seaborg, J. W. Kennedy e A. C. Wahl
Origem do nome: Homenagem ao deus do inferno da mitologia greco-romana
Significado:             –
Utilidades: Elemento radioativo. Bateria nuclear, marcapasso, Astronáutica, combustível para reator atômico, etc.

Características:
O plutônio é um metal de cor branca prateada, radioativo, frágil e pesado; à temperatura ambiente encontra-se em estado sólido e é atacado pelo oxigênio, vapor e por ácidos, mas não por bases. É amplamente utilizado em armas nucleares.  

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)

Platão

Platão nasceu em Atenas no ano 427 a.C. Seu verdadeiro nome era Aristocles, herdado do seu avô, e era descendente de Sólon, o Legislador. Recebeu o nome de Platão (em grego significa ombros largos), por causa de sua corpulência. Teve educação exemplar, por ser de família aristocrática; estudou leitura e escrita, ginástica, música, pintura e poesia. Na juventude foi atleta e participou dos jogos olímpicos como lutador. 

Platão quis seguir a carreira política, uma tradição familiar, mas a oligarquia não lhe agradava; aos 20 anos de idade conheceu Sócrates e a partir daí dedicou-se à filosofia. Escreveu vários diálogos em seus livros, tendo como personagem principal o seu mestre, que nada havia deixado escrito. 

Opositor da democracia ateniense desde a morte de Sócrates, Platão deixou Atenas e seguiu para Megara, onde estudou geometria com Euclides, famoso matemático da época. Depois, viajando por outros lugares, chegou ao Egito, onde estudou astronomia; em Cyrene (norte da África) estudou matemática; em Crotona (sul da atual Itália) se encontrou com discípulos de Pitágoras. Esteve na Sicília, onde manteve amizade com Dion, cunhado do rei de Siracusa, Dionísio I, o Velho, um governador cruel. Em Siracusa tentou criar uma sociedade ideal, que idealizara e escrevera no livro “República”, mas foi perseguido e vendido como escravo na ilha de Egina; recuperou a liberdade graças a um amigo que pagou o resgate. 

No ano 387 a.C. voltou a Atenas e fundou a escola filosófica “Academia”, cujo nome foi por ter sido construída nos jardins edificados pelo herói Academus, onde ensinou por 40 anos, e teve em Aristóteles um de seus discípulos. No ano 366 a.C. voltou a Siracusa, então governada por Dionísio II, o Jovem, mas logo abandonou a ilha e voltou para Atenas. Ainda voltou a Siracusa pela terceira e última vez no ano 361 a.C. novamente abandonando a ilha por ameaça de morte. Retornou para Atenas, onde viveu até sua morte, ocorrida no ano 347 a.C.  

Obras: 
Segundo os estudiosos, as obras de Platão se dividem em 4 períodos: 
1º. Período: - iniciado no ano da morte de Sócrates, em 399 a.C. até sua primeira viagem à Sicília, no ano seguinte – que abrange os livros “Apologia de Sócrates”, “Critão”, “Hípias Menor”, “Górgias”, “Mênon”, “Hipías Maior”, “Crátilo” e o 1º. Livro de “República”. 
2º. Período: iniciado com a fundação da Academia, em 387 a.C. até à segunda viagem a Sicília, em 366 a.C. Livros: “Protágoras”, “Lísis”, “Cármides”, “Eutidemo”, “Banquete”, “Fédon”, outros livros de “República”, “Fedra”, “Tuleto” e “Parmênides”. 
3º. Período: entre a segunda e a terceira viagem à Sicília, no ano 361 a.C. Escreveu os livros “Sofista” e “Político”. 
4º. Período: iniciado no ano 361 a.C. até sua morte, em 347 a.C. Escreveu os livros “Filebo”, "Timeu”, “Crítias”, que deixou inacabado, e “Leis”. 

Platão é considerado o primeiro pedagogo da história, pois construiu um sistema educacional integrado a uma dimensão ética e política. Ele dizia que o objetivo da educação era a formação do homem moral, vivendo num estado justo. Dizia também que a educação deveria se estender por toda a vida, e não somente na juventude, e que ela seria de responsabilidade do Estado, estendida a meninos e meninas. Em resumo, ele dizia que a educação deveria ser universal, acessível a todos. 

Como Sócrates, Platão usava o diálogo em suas obras, formulando diversas opiniões sobre o tema questionado, até chegar a uma conclusão que fosse verdadeira. Tentava explicar o sentido da existência humana e o seu destino. Dizia que a realidade do homem só encontrava abrigo na filosofia, com a contemplação da verdade, apresentável sob diversas formas. Só através da filosofia o homem encontra respostas para a felicidade, encarada frente a frente com a dor, o sofrimento, o mal e a morte. Ele recorria aos mitos, à poesia e ao amor para expressar seus pensamentos. 

Dividiu a realidade em duas partes: espírito e matéria. Dizia que o espírito é imortal e que em sua passagem pelo mundo procura recordar-se do Universo de onde veio, onde residem a verdade e o bem. A alma, antes de vir ao mundo, habitava o mundo luminoso das “ideias”, sendo a mais elevada delas a ideia do bem, causa e finalidade do Universo. Dizia também que a alma sempre deseja voltar, mas o corpo ao qual está presa sempre a desvia do caminho, que é o caminho da sabedoria da vida. Por isso, apenas a mente humana é boa, e o físico deve se subordinar a ela. No livro “República”, escrito em diálogos, onde coloca nos personagens o nome dos seus irmãos Glauco e Adimanto, imagina uma sociedade ideal, dividida em 3 classes, segundo a capacidade intelectual de cada indivíduo:
1ª. Classe – subordinada ao físico – seria encarregada da produção e distribuição dos alimentos para a comunidade, que comportaria os lavradores, artífices e comerciantes. 
2ª. Classe – seria dos soldados, por serem empreendedores. 
3ª. Classe – seria a dos servidores da razão, ocupada pelos intelectuais, detentores do poder político. Por isso, os reis teriam que vir dos filósofos.  

Pensamentos de Platão:
* A alma merece vossos primeiros cuidados: dai em seguida os que o corpo reclama. Eles estão sempre subordinados à cultura da alma. 
* Deus é a ideia do bem, a ideia mais alta, à qual todas as outras se subordinam como meios. 
* A educação consiste em dar ao corpo e à alma toda a perfeição de que somos capazes. 
* Quantos homens não iniciaram uma nova vida após a leitura de um livro? 
* Aquele que durante a vida esquivou-se dos prazeres e dos bens corporais, como algo estranho e funesto, preparou sua alma para o futuro. Aquele que amou os prazeres da ciência e adornou sua alma, não com uma vestidura imprópria e sim com aquela que mais lhe convinha, com virtudes, tais como: temperança, justiça, liberdade, veracidade; este deve esperar tranquilo a hora da partida para o outro mundo, como se estivesse disposto para empreender a viagem ao ordenar-lhe o destino. 
* Aquele que melhor conhece a si mesmo, é o que menos se exalta.
* Não é com honras e riquezas que se contenta o coração de um pensador, mas sim, apenas o saber e a virtude. 
* Só pelo amor o homem se realiza plenamente.  

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA Semanal Ilustrada Conhecer. Vol. 2, fascículo 45, págs. 746 a 747. São Paulo, Abril, 1966. 
DICIONÁRIO Universal de Curiosidades. Vol. 3, pág. 1264. São Paulo, Cil S.A., 1966. 
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª. ed. Vol. IX. Porto Alegre, Globo, 1974.  

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O azulão e os tico-ticos (Catulo da Paixão Cearense)

Do começo ao fim do dia,
Um belo azulão cantava,
E o pomar que atento ouvia
Os seus trilos de harmonia
Cada vez mais se enflorava.

Se um tico-tico e outros bobos
Vaiavam sua canção,
Mais doce ainda se ouvia
A flauta desse azulão.

Um papagaio, surpreso
De ver o grande desprezo
Do azulão, que os desprezava,
Um dia em que ele cantava
E um bando de tico-ticos
Numa algazarra o vaiava,
Lhe perguntou: " Azulão,
Olha, diz-me a razão
Por que, quando estás cantando
E recebes uma vaia
Desses garotos joviais,
Tu continuas gorjeando,
E cada vez cantas mais?!"

Numas volatas sonoras,
O azulão lhe respondeu:
"Meu amigo, eu prezo muito
Esta garganta sublime,
Este dom que Deus me deu!

Quando há pouco, eu descantava,
Pensando não ser ouvido
Nestes matos, por ninguém,
Um sabiá que me escutava,
Num capoeirão, escondido,
Gritou de lá: "meu colega,
Bravo!.... Bravo!... Muito bem!"

Queira agora me dizer:-
Quem foi um dia aplaudido
Por um dos mestres do canto,
Um dos cantores mais ricos
Que caso pode fazer
Das vaias dos tico-ticos?!"

(Poesia: Catulo da Paixão Cearense - Foto: internet)

terça-feira, 9 de julho de 2013

Deus (Casimiro de Abreu)

Eu me lembro! Eu me lembro! - Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia,
E, erguendo o dorso altivo, sacudia,
A branca espuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento:
"Que dura orquestra! Que furor insano!
Que pode haver de maior do que o oceano
Ou que seja mais forte do que o vento?"

Minha mãe, a sorrir, olhou pros céus
E respondeu: - Um ser que nós não vemos,
É maior do que o mar que nós tememos,
Mais forte que o tufão, meu filho, é Deus.

(Poesia: Casimiro de Abreu - foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A rua (Cassiano Ricardo)


Bem sei que, muitas vezes,
O único remédio é adiar tudo.
É adiar a sede, a fome, a viagem,
A dívida, o divertimento,
O pedido de emprego, ou a própria alegria.
A esperança é também uma forma
De contínuo adiamento.
Sei que é preciso prestigiar a esperança,
Numa sala de espera.
Mas sei também que espera significa luta e não, apenas,
Esperança sentada.
Não abdicação diante da vida.

A esperança
Nunca é a forma burguesa, sentada e tranquila da espera.
Nunca é figura de mulher
Do quadro antigo:
Sentada, dando milho aos pombos.

(Poesia: Cassiano Ricardo - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB) 

domingo, 7 de julho de 2013

Anjos do mar (Álvares de Azevedo)


As ondas são anjos que dormem no mar,
Que tremem, palpitam, banhados de luz...
São anjos que dormem, a rir e sonhar
E em leito d'escuma revolvem-se nus!

E quando de noite vem pálida a Lua
Seus raios incertos tremer, pratear,
E a trança luzente da nuvem flutua,
As ondas são anjos que dormem no mar!

Que dormem, que sonham — e o vento dos céus
Vem tépido à noite nos seios beijar!
São meigos anjinhos, são filhos de Deus,
Que ao fresco se embalam do seio do mar!

E quando nas águas os ventos suspiram,
São puros fervores de ventos e mar:
São beijos que queimam... E as noites deliram,
E os pobres anjinhos estão a chorar!

Ai! Quando tu sentes dos mares na flor
Os ventos e vagas gemer, palpitar,
Porque não consentes, num beijo de amor,
Que eu diga-te os sonhos dos anjos do mar!

(Poesia: Álvares de Azevedo - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB) 

Soneto II (Álvares de Azevedo)


Passei ontem a noite junto dela.
Do camarote a divisão se erguia
Apenas entre nós - e eu vivia
No doce alento dessa virgem bela...

Tanto amor, tanto fogo se revela
Naqueles olhos negros! Só a via!
Música mais do céu, mais harmonia
Aspirando nessa alma de donzela!



Como era doce aquele seio arfando!
Nos lábios que sorriso feiticeiro!
Daquelas horas lembro-me chorando!

Mas o que é triste e dói ao mundo inteiro
É sentir todo o seio palpitando...
Cheio de amores! E dormir solteiro!

(Poesia: Álvares de Azevedo - Foto: Leilane Diniz - Maine - EUA)